terça-feira, 28 de setembro de 2010

Para sempre seu



Estavam ali sentados a olhar o mar. Muito apaixonados, se enroscavam num abraço tão intenso que quase se fundiam em um. As águas estavam calmas; a brisa, fresca. E o pôr-do-sol, que dava tons alaranjados àquela cena, transformava o momento em perfeito para Gabriel dizer:
            - Te amo muito. Meu coração será sempre seu.
            ...
            Três anos haviam se passado. Fernanda estava à espera da visita de Gabriel. Esperava também um órgão compatível para poder fazer um transplante. Alguém chegava à porta. Para a (in)felicidade dela, era seu médico. Vinha avisá-la que estava indo imediatamente para a sala de cirurgia. Havia tido um acidente e ela receberia seu novo órgão de uma das vítimas.
            ...
            Ao acordar após a operação, Fernanda já se sentia melhor com seu novo coração. Queria saber quem tinha sido a causa de sua nova alegria. Seu médico iria apresentá-la à mãe da vítima. Seu susto e sua desconsolação foram tremendos quando, ao entrar pela porta de seu quarto, viu chegar sua sogra.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Devolução


Temi não mais poder ver-te
Horas muitas sem poder tocar-te
Garantido foi o fato de amar-te
Mas não indelével o desejo de ter-te

O amanhã e sempre acabou
Meu carinho, o tempo levou
A capacidade de amar sumiu
Depois de ti, ninguém mais viu

Parte de mim fora
No momento está fora
Por que não devolves agora
O que em mim ficara outrora?

Devolva meu coração
Minha habilidade de me entregar
Para que o braço e a mão
Em outro eu possa enroscar

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Avareza



Naquela pequena cidade, que sempre fora pacífica e tranquila, todos estavam horrorizados. Nada como isto tinha acontecido. Tudo se passou numa pequena casa no fim da rua.
Ele estava morando com seus dois filhos. As crianças não eram tão energéticas como as outras daquela cidadela; mesmo assim, eram constantemente vistas na rua.
Já um mês se passava sem que alguém as visse. Muito preocupados, os habitantes se juntaram para saber o que estava acontecendo. Foram, então, na moradia, enquanto seu dono não se encontrava. Foram para ver aquela atrocidade. Os dois infantes já não pareciam humanos. Estavam tão esquálidos a ponto de parecerem múmias. Aquilo deixou todos embasbacados. De tão estupefatos que se encontravam não perceberam na mão de uma daquelas pobres criaturas um livro intitulado “A Arte de Economizar”.

Ira

Não podia acreditar que aquilo realmente estivesse acontecendo. Enquanto um dos padrinhos fazia seu discurso, ele relembrava o estranho curso dos acontecimentos. Há dez anos, ainda no colégio, era seu costume humilhar os mais fracos por diversão. Seu alvo favorito era ela. Sempre que tinha oportunidade, fazia com que todos rissem dela; tornava sua vida um inferno. Porém, hoje, estava completamente apaixonado por sua noiva; e o mais espantoso era ela sentir o mesmo.
Dois anos se passaram. Sua primeira filha havia nascido. Ele não poderia pedir mais nada na vida; estava em êxtase.
Voltava para casa. Em poucos instantes estaria com as duas mulheres de sua vida. Entrou em seu apartamento, chegou ao quarto e viu aquilo que só poderia fazer parte de seu mais sombrio pesadelo. Sua filha estava completamente esquartejada sobre a cama. Na parede, com sangue, lia-se:

“Você sempre fez da minha vida um inferno.
Agora é minha vez de retribuir.”

domingo, 29 de agosto de 2010

Declined invitation

The walrus was walking
When she met the monkey
So the monkey asked her
"Let's bite some barbie?"
The walrus replied "Ridiculous idea!
The only things are gonna be bitten
Will be my ankles by my ankle biters
You know I'm a mother
With children in my house
A walrus with babies to watch.
Besides this, don't you see?
I'm a freaking fat female
And the only thing I'll do
Is swallow some salad"

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Confusões do coração

Não se escolhe uma paixão
Mandar não possível é em ti coração
Se fosse, não estaria na atual situação.

Por um bates mais forte
Mas ao mesmo tempo
Queres sua morte.

Por outro, te inclinas
Mas é uma das sinas
Desejo e desprezo.

Pelo terceiro desfaleces
Pois nem em sonho
Seu semblante esqueces.

Nada é perfeito

Desde o início
Não foi difícil ver
Que tenho o vício
De querer e não poder ter

Meu sono tiras agora
Já que vives aí fora
Mas dentro de mim
Está escrito assim

Sensato é esquecer-te
Pois impossível é ter-te
Mas meu coração inerte
Quer mais que nada ver-te

Produzes carinhosa saudade
Mais sincera verdade
E com igual fúria
Atiças minha luxúria

Grande segurança
É a que transmites
É minha esperança
Que minha vontade imites

Sonhar é só o que posso
Em conseguir esse moço.

Palavras vazias

Pra que me dizes palavras vazias?
"Estou aqui pro que precisar.
Me liga a hora que for."
Pra quê?
Pra me dizeres palavras vazias
Fiques na sua preguiça e se cale.
Não me digas nada se não for sincero.

Objeto virtual

O bem e o mal residem
Aqui, bem no fundo
E inconstâncias idem
Igual a todo mundo

Suave perversidade
Ou voraz ingenuidade
Proporciono os melhores sentimentos
Ou causo grandes lamentos

Sempre mudando, transformando
Mente incomum de sonho alado
Que continua planando

À auto-análise estou fadado
Pois em mim fico encontrando
Sempre este e aquele lado

Contrastes

Chame-me de puta.
Maltrate-me.
Acabe comigo.

Assim era ela na cama
Selvagem, animalesca,
Uma criatura insaciável.
Sempre o fora.

Agora sua expressão era serena:
Uma virgem sonhando
O mais puro dos sonhos.

Paradoxal contraste.
Assim o era também
Sua palidez cadavérica
E o lenço escarlate
Ainda em volta de seu pescoço.

Férias

Embaixo das palmeiras, sentadas
Ninfas de pele alva
E olhar vago
Na terra da estrela Dalva
Pois estavam cansadas
Do europeu lago

Vieram encontrar uma sábia
Já que esta sabia
Onde cantava o sabiá

Wondering

Why can’t I let you go?
Why can’t free be my soul?
Why can’t I forget you
And find someone new?

You were supposed to be
Just a one-night thing
But right now to me
You mean more than a fling

It’s happening again
Now in reverse
I caused him pain
Will this be worse?

Objeto real

1.74 de altura
72 kg de peso
Pele sem muita alvura
Um ex quase obeso

Cabelo curto e castanho
Olhos da mesma cor
Nariz um pouco estranho
E boca com certo rubor

Corpo marcado, opção minha
Escorpião, alguém do passado
Carta e tartaruga marinha

Da aparência tenho falado,
Mas o interior você adivinha
se me mantenho calado?

Parte de mim

Temo não mais poder ver-te
Horas muitas sem poder tocar-te
Indelével é o desejo de ter-te
Agora, amanhã e sempre
Garantido é o fato de amar-te
Olhos que vêem o todo do meu ser
De onde vem todo esse sentimento
Alegria para mim é contigo viver
Saboreando este momento
Íntimo toque me estremece
Longe vai a minha alma
Vai entrando num gigante êxtase
Ali, na mão, na sua palma
Nunca sentido por outro antes
Assim nessa dimensão
Sorrisos seus, lindos, bastantes
Teu corpo me causa exaustão
Aquela exaustão do prazer
Rindo de mim por me fazer
Idolatrar você.

Queijo Minas

Branco como as nuvens
De um céu de verão
Proporções perfeitas tens
E que sempre serão

Uma mordida em você
Já me deixa louco
Será que consegues ver
que não te gosto pouco

Tudo em ti me agrada
E como é gostoso
Gustativo é o gozo
Quando com minha boca se atraca

Que te quero imaginas
Só pra mim, queijo minas?

Should I?

Should I dive in
Or should I forget?
Should I be in the sunrise with him
But leave during the sunset?
Should a chance be given
To this cute guy I met?

Should I use my brain
Or trust he won't do it again?
Certainties I have none
They went down the drain

I want to try
But should I?

Part of me

Trembling in your arms
Hugs that melt me
In your embrace I feel no harm
Always loving you I will be
Getting to really know this someone new
Ordinary and fascinating
Do you know how it feels without you?
Almost excruciating!
Smiling bright as the sun
In this world full of shadow
Laughing I've just begun
Valuing you, my sentimental
Acknowledging in my brain
Never more or again
Again they'll be apart
Soul, body and heart
Temptation of other acts
Away they are and there them I leave
Reason why it's true
In this feeling I believe

Missing

I miss the one who made me laugh
The one who brought the light
The one who held me tight

I miss the one who wanted me
The one who loved me with all my flaws
Even being the mess I was

I miss the one who had my heart
The one who could see
The deepest part of me

I miss the one who gave me pleasure
The one who making love
Could put me in the sky above

I miss the one who was my everything
And I want back this affair
Are you still in there?

Necessidade

Preciso de alguém que me ame
Alguém que me adore
Alguém que me deseje

Preciso de alguém que me abrace
Alguém que me envolva
Alguém que me proteja

Preciso de alguém que me ouça
Alguém para conversar
Alguém para desabafar

Preciso de alguém que me aceite
Alguém que me entenda
Alguém que fique

Preciso de alguém assim
Do jeito que um dia
Foi você para mim

Fantasma

O seu fantasma me ronda
Ainda me assombra
Me persegue
Suma!

O fantasma do que você era
Não do que você é
Atualmente
Suma!

Suma da minha vida
Suma da minha
Suma da
Suma!

E o tempo pára...

Você me envolve,
Me abraça,
Me beija,
E o tempo pára.

Você passa sua língua
Por todo meu corpo
Me deixando maluco
E o tempo pára.

Você me olha
Seus lindos olhos
Nos meus penetram
E o tempo pára.

Seu toque me paraliza
Sua pele na minha
como se uma fossem
E o tempo pára.

Você diz palavras
As sussurra lentamente
Ao pé do ouvido
E o tempo pára.

E o tempo pára.
E o tempo pára.
Sim, ele pára.

E o tempo pára
Para podermos nos viver
Quando em nosso mundo
O tempo é estático
Ele pára.

Dúvida

O que devo fazer?
Seguir meu coração?
Mas não consigo ver
Se ele diz sim ou não

Dúvida cruel ela é
Me matando por dentro
Na porta ponho o pé
Da mente e entro

Névoa de cores
Que indefinidas são
Será que dores
Más decisões trarão?

Sem resposta sigo
Pois ela não acho
Então verei se consigo
Só pensar com a debaixo

Atual sentimento


Preso na profundidade do pensamento
Sombrio como o vazio no meu peito
Consumindo toda minha alma
Até nada dela sobrar

Tempo, te amaldiçôo
Por que não passas logo?
Por que não levas essa dor
E me deixa viver outra vez?

Coração, Resista!
Use todas suas forças para não sucumbir
Aguente esse negra tempestade
Para o Sol ver um dia novamente
Seja forte
Não desista
Não morra

Burrices do coração

Por que gostar de ti?
O que fazes para merecê-lo?
Sumiste daqui
Não mais consigo vê-lo.

Ao meu coração
Alimento não dás
Mas é difícil a ação
De te deixar para trás.

És meu hábito ruim
Mas impossível simplesmente
É te dar um fim.

Continuar vivendo assim
Luta do coração e mente
É o que resta para mim.

A Chuva

Deixa a chuva lavar
Deixa-a levar
Deixa-a livrar

Deixa a chuva precipitar
Deixa-a molhar
Deixa-a limpar
Deixa a chuva tirar
Toda a lama que há
Nessa carcaça

Deixa a chuva cair
Para um novo Sol vir
E uma nova vida surgir

Deixa a chuva transformar
Porque ele é minha chuva
Será?

Soberba

Na frente do espelho, ela olhava para seu lindo rosto jovem. Sua pele alva sem nenhuma imperfeição, seus olhos azuis, cabelos negros, lisos, sedosos e brilhantes até a cintura. Até Afrodite sentiria inveja de sua beleza. Já com os lábios rubros, estava a pintar os olhos com seu delineador mais caro. Trajava um justo vestido negro de seda, desenhado pelo estilista mais famoso do mundo. Este acentuava-lhe todas as belas e avantajadas curvas de seu corpo.

Depois de algum tempo, olhou mais uma vez seu reflexo, satisfeita. Guardou sua maquiagem em sua penteadeira de marfim, toda entalhada com figuras o mais intrincadas possível. Os vestidos que provara, guardara num armário confeccionado em prata. Saiu de casa decidida a não deixar nada a abalar, nem mesmo o fato de estar indo ao encontro da polícia. Esta estava a bater em sua porta, já que acabara de esfaquear seu marido.

Gula

Eram 4 da manhã. A dispensa encontrava-se completamente vazia. Na geladeira, somente algumas garrafas d’água. Tudo o que era comestível já tinha sido consumido por ELE. Distribuídos pela cozinha encontravam-se pacotes de biscoito vazios, sacos de pão com raros farelos, potes de comida que, de tão vorazmente devorados, pareciam limpos.

Também havia muitos ossos de galinha espalhados pelo chão. Eram ossos grandes, pequenos, quebrados, com um anel...

O que fazia uma aliança de casamento em volta daquele osso? Por que ELE estava sozinho em casa? Onde estava sua mulher? Eles nunca dormiam seperados...

Inveja

Alto, forte, popular. Namorava a garota mais bela do colégio. Era o melhor jogador do time de vôlei. Todos queriam ser seus amigos. Era o orgulho de seus pais e até de seus professores. Sua vida era maravilhosa, ouso até dizer que era perfeita. Tinha tudo o que se podia querer. Sim, tinha tudo o que a vontade poderia pensar, tudo que o OUTRO desejava.

O PRIMEIRO, um Apolo da atualidade. O OUTRO, seu completo oposto. Enquanto as luzes brilhavam sobre aquele, este viva nas sombras. Esportes não eram seu forte, muito menos suas notas o eram. Introvertido, feio e sem amigos, estava sempre sozinho. Além disso, seus pais escolheram o PRIMEIRO como o filho favorito. Sim, eram irmãos, mais especificamente, irmãos gêmeos.

Não suficiente, existia algo que o OUTRO invejava ainda mais. Não bastantes eram as adversidades que lhe cabiam. O seu amor, aquela cuja existência lhe extasiava, estava nos braços de seu nêmesis.

Meses se passaram e o OUTRO resolveu tomar uma decisão. Não seria mais como era. Seria igual ao PRIMEIRO. Na verdade, ele seria o PRIMEIRO. Era então a noite da formatura. Nesta noite todos iriam olhar pra ele. Suas atenções se focariam nele.

Todos esperavam o PRIMEIRO, já que era o orador da turma, então ele entrou. Eram suas roupas, seu rosto, suas feições. Mas algo não estava no lugar. Havia algo de diferente. Sim, algo estava fora do lugar; suas sobrancelhas. O OUTRO não tinha percebido. Suas dimensões eram menores que as de seu irmão. Por isso, ao subir ao púlpito vestindo a pele do PRIMEIRO, não percebeu que as sobrancelhas estavam um pouco caídas.

Preguiça

Deitado no sofá já se encontrava a horas, bastantes horas. Com a cabeça e os pés acomodamos confortavelmente sobre fofas almofadas de pena de gansos, seu único movimento, mesmo esse raro, era o de seu dedo no controle remoto, mudando o canal da TV durante os comerciais.
Assim estava acostumado a agir, ou melhor, não agir. Era isso sempre. Nada podia demovê-lo de sua estagnação. Literalmente nada. Sua existência, quase como a de uma estátua, ela não era perturbada por nenhum evento.

Mas agora não era o único. Tinha um companheiro. Eram passadas duas horas desde que seu pai tivera um ataque do coração ao seu lado. Havia duas horas que os dois se encontravam na mesma posição.

Sofrimento

Era uma noite linda; não havia nuvens. No céu, só as estrelas e a lua cheia. Lua essa que se encontrava em todo seu esplendor: senhora da noite, redonda, com suas perfeitas imperfeições em cratera. Alva, alvíssima. O branco da lua só podia ser comparado àquelas presas.

Presas enormes, afiadas, sedentas por sangue e famintas por carne humana. Gabriel se encontrava encurralado. A sua volta, lobos preenchiam a clareira. Estava ali, sozinho, indefeso, longe de qualquer contato exterior. A fogueira que tinha acendido para fazer seu jantar tinha atraído a atenção dos ferozes animais e agora ele seria a refeição. O inevitável estava por vir, era uma questão de segundos.

E então aconteceu. Seu corpo começou a ser estraçalhado. A dor era insuportável, porém ele ainda se mantinha vivo. Os seres lupinos se alimentavam de tudo o que podiam morder, mas parecia que quanto mais devoravam, mais tinham o que devorar. Gabriel nunca tinha sentido tanto desejo de que sua vida acabasse tão rapidamente, até que seu pedido foi concedido.

Eram 7 da manhã e o despertador gritava a plenos pulmões. Com um sobressalto, Gabriel sentou em sua cama. Após alguns momentos percebeu onde estava. Tudo não tinha passado de um sonho. Ele estava aliviado apesar de perceber que esse pesadelo tinha concretizado o que seu coração sentia.

Promessa cumprida

 
Ali estava Pedro, sozinho, criando coragem para fazê-lo. Tudo tinha dado errado em sua vida. Estava no seu inferno astral. Sem emprego, sem amigos, mas principalmente sem a pessoa que amava. Tinha declarado todo seu sentimento a Renato, tinha dito que ele era o homem de sua vida e que o amaria até o momento de sua morte.
- Não fale besteira, disse Renato. Sabe que não gosto de homem, por que essa palhaçada agora?
Isso acabou com Pedro. Eles brigaram e Pedro sumiu. Durante uma semana ninguém o viu, ninguém soube onde estava.
E ali estava Pedro, no último andar do prédio de sua faculdade, em pé sobre o parapeito, criando coragem para acabar com sua vida. Não podia viver sem Renato, não podia viver sem aquele que era dono de seu ser. Criou coragem. Já estava dando um passo em direção ao vazio que se encontrava a sua frente quando pela porta entrou Renato.
- Não faça isso!!! - gritou - Fica do meu lado, preciso de você.
Essa semana fez com que Renato aceitasse que amava Pedro, sentimento que tentou negar por causa do que as pessoas poderiam falar.
O coração de Pedro deu um salto no peito. Ele poderia ser feliz. Ele estava dando meia volta para ir pros braços de seu amado, mas a felicidade era tanta que não prestou atenção no que fazia.
Pedro pisou em falso e caiu os três andares que o separavam do chão. Desesperado Renato desceu correndo as escadas do prédio para ir ao encontro de seu amado. Ao se jogar ao lado de Pedro este lhe diz sua última frase.
- Eu disse que te amaria até a morte.

Casamento

Era 13/10/2009. Desde criança sonhava com esse momento. Estava linda, perfeita. Seu vestido era alvo, com detalhes em marfim, cauda longa. Sobre a face, um véu; em suas mãos, um grande buquê de rosas tom de magenta. Não existia noiva mais bela no mundo.

Andava pelo corredor serenamente, acompanhada pela marcha. Todos olhavam aquela cena totalmente sem fala. E ela continuava; seu ritmo, inalterado. Parou em frente ao padre e ao lado de seu noivo. Respirou e disse aquilo que muitas vezes já tinha praticado: "Aceito-te como meu marido”.

Então aconteceu o mais inusitado. Ela jogou o buquê para trás e se jogou para frente, caindo deitada em cima do homem que amava. Acima de suas cabeças lia-se a inscrição na lápide:

VINÍCIUS MIRANDA
25/08/1973 – 12/10/2009