terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sofrimento

Era uma noite linda; não havia nuvens. No céu, só as estrelas e a lua cheia. Lua essa que se encontrava em todo seu esplendor: senhora da noite, redonda, com suas perfeitas imperfeições em cratera. Alva, alvíssima. O branco da lua só podia ser comparado àquelas presas.

Presas enormes, afiadas, sedentas por sangue e famintas por carne humana. Gabriel se encontrava encurralado. A sua volta, lobos preenchiam a clareira. Estava ali, sozinho, indefeso, longe de qualquer contato exterior. A fogueira que tinha acendido para fazer seu jantar tinha atraído a atenção dos ferozes animais e agora ele seria a refeição. O inevitável estava por vir, era uma questão de segundos.

E então aconteceu. Seu corpo começou a ser estraçalhado. A dor era insuportável, porém ele ainda se mantinha vivo. Os seres lupinos se alimentavam de tudo o que podiam morder, mas parecia que quanto mais devoravam, mais tinham o que devorar. Gabriel nunca tinha sentido tanto desejo de que sua vida acabasse tão rapidamente, até que seu pedido foi concedido.

Eram 7 da manhã e o despertador gritava a plenos pulmões. Com um sobressalto, Gabriel sentou em sua cama. Após alguns momentos percebeu onde estava. Tudo não tinha passado de um sonho. Ele estava aliviado apesar de perceber que esse pesadelo tinha concretizado o que seu coração sentia.

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